Creator Economy: inovações para monetização dos criadores de conteúdo digital
A “creator economy”, ou “economia dos criadores de conteúdo”, já estava em ascensão antes mesmo da pandemia, porém, durante esse período de isolamento alguns comportamentos dos consumidores traçaram novos caminhos para os criadores e, claro, também para as empresas.
E o que é que os números falam? O mercado global de criação de conteúdo foi estimado em $11 bilhões de dólares em 2019 e espera-se que atinja US $38 bilhões até 2030. Entre 2019 e 2020, o grupo Meta — antigo Facebook — divulgou que o número de criadores de conteúdo que ganham o equivalente a $10.000 dólares por mês cresceu 88% e os criadores de conteúdo que ganham US $1.000 cresceu 94%. E à medida que esse mercado cresce, as plataformas competem para reter ainda mais produtores e seguidores em suas redes.
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A aposta das plataformas de mídias sociais para atrair um interesse maior por parte dos criadores de conteúdo foi a oferta de áreas exclusivas para assinantes, ou seja, as empresas estão permitindo que os creators monetizem seus conteúdos sem usar sites externos, como acontece agora. Os criadores vão poder propor níveis diferentes de acesso ao conteúdo produzido nas próprias mídias sociais: quem paga pode acessar materiais exclusivos.
Criadores de conteúdo e as redes sociais
O primeiro exemplo é o Instagram, que lançou, em janeiro deste ano nos Estados Unidos, a sua ferramenta de assinatura para criadores de conteúdo. A proposta é que os creators definam um valor de contribuição mensal, sendo no mínimo de um e no máximo de 99 dólares, para seus seguidores que quiserem se tornar assinantes. Esse recurso conta com três diferentes interações exclusivas, são elas: live, stories e o crachá, que é basicamente uma sinalização que o seguidor ganha para ser identificado como assinante. A função ainda está em fase de teste para um grupo de criadores de conteúdo americano.
A outra rede da Meta, o Facebook, também já conta com um sistema de assinatura, chamado “Stars”, que já está disponível para o Brasil. Ele permite que os seguidores paguem por conteúdos exclusivos e outros benefícios. Além disso, os criadores também recebem recompensas ao atingir marcos como, por exemplo, uma transmissão com um determinado tempo de horas. Outra aposta do Facebook é o Bulletin, um serviço que permite que criadores de conteúdos produzam newsletters gratuitas e pagas que podem ser postadas na web, enviadas às caixas de entrada dos assinantes ou compartilhadas no próprio Facebook.
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O Twitter também lançou sua plataforma. O recurso, chamado de Super Follows, permite que os criadores de conteúdo gerem receita mensal oferecendo conteúdo pago aos seguidores que os assinam por US$ 2,99, US$ 4,99 ou US$ 9,99 dólares por mês. Para se qualificar, os usuários maiores de 18 anos precisam ter 10.000 seguidores e pelo menos 25 tweets nos últimos 30 dias.
Outra plataforma que está na busca por um espaço nessa nova onda das assinaturas é o TikTok. O serviço ainda não está ativo, mas tudo indica que além dos conteúdos exclusivos, os seguidores vão ter um feed influenciado pela ferramenta de assinatura. Atualmente a plataforma conta com outras formas de monetização, entre elas o recurso LIVE Gifting que permite que os seguidores enviem presentes para os criadores durante uma transmissão ao vivo. Os usuários da plataforma compram moedas no aplicativo, e depois trocam pelo presente que desejam enviar.
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Investindo no próprio espaço
E falando em monetização para criadores de conteúdo, dá para citar também algumas iniciativas que estão inovando e criando modelos de negócios para diversificar a receita por meio de assinaturas. Um exemplo é a plataforma de jornalismo político chamada Meio. Ela funciona com newsletters diárias gratuitas e o leitor que quiser um conteúdo mais profundo e analítico pode assinar, por R $9,90 por mês, para receber a news mais completa, que sai no final de semana, e ainda ter acesso a ferramenta de curadoria de conteúdo usada pela plataforma. Na mesma pegada tem a Revista Piauí, que lançou recentemente para seus assinantes, podcasts exclusivos, inclusive com a possibilidade de acompanhar a gravação em tempo real e interagir com os apresentadores.
Já o podcast de contos e crônicas de histórias reais chamado Não Inviabilize, famoso por quadros como o “Picolé de Limão”, lançou o seu próprio aplicativo para os assinantes, que têm acesso a um acervo com mais conteúdos, além de produtos inéditos e benefícios como o desfecho de alguns causos contatos nos episódios apresentados. Pois é, é a creator economy a todo vapor!