Existem algumas necessidades e mudanças de comportamento atreladas ao contexto atual que impulsionam a volta do escambo. A gente vê movimentos como a economia compartilhada, o crescimento da valorização do que é local, a chegada de uma geração mais preocupada com o meio ambiente que priorizam, inclusive, os produtos de segunda mão. Também a gente percebe que a instabilidade econômica mundial, provocada pelo pandemia, e a conexão facilitada pela tecnologia resgataram a permuta de serviços ou produtos em várias áreas. Tudo isso faz com que surjam inovações no mercado do Brasil e do mundo, com relação a essas trocas que não envolvem dinheiro.
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O primeiro exemplo é brasileiro e trata-se da plataforma ContaComigo, que surgiu em 2021 quando um grupo de voluntários decidiu buscar formas para minimizar os efeitos da pandemia, proporcionando alternativas para que a população possa ter acesso a serviços sem necessariamente pagar por eles com dinheiro. A proposta é que as pessoas ofereçam suas habilidades em troca de algum serviço ou produto que ela esteja precisando. Na plataforma dá para encontrar desde profissionais de design, programação, direito, por exemplo, até confeiteiros, artesãos e tradutores.
Já a Beliive, também brasileira, tem a proposta de compartilhar experiências usando o tempo como moeda. Ao se cadastrar na plataforma, a pessoa recebe 5 horas de crédito que podem ser usados em qualquer experiência proporcionada por outra pessoa que já está cadastrada lá. A cada experiência oferecida o usuário vai acumulando tempo para ter acesso a outras atividades que queira realizar. Isso inclui desde permuta de receitas culinárias, companhia para realizar alguma atividade em conjunto ou até aulas para o desenvolvimento de uma nova habilidade.
Escambo de nicho
Pelo mundo outras modalidades de escambo estão surgindo, focado em nichos e serviços específicos. Em Nova York, por exemplo, Gabriele Lamonaca, em meio ao bloqueio da pandemia, decidiu trocar suas pizzas diferentes por comida caseira. A ideia deu tão certo que ela abriu uma pizzaria e além de vender o produto, há ainda a possibilidade de trocar a pizza do dia por pratos de comida caseira. Já na Islândia, o hotel Rangar oferece hospedagem em troca de fotos profissionais da Aurora Boreal para serem usadas pelo estabelecimento em suas comunicações. E em Amsterdam, um grupo de pessoas que têm em comum o gosto por plantas, realiza eventos de permuta. Chamado de Youplant Amsterdam, a ação tem o objetivo de proporcionar aos “pais de planta” a adição de novas espécies às suas coleções.
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Numa pegada mais de inclusão social, a plataforma americana Barter Black tem o objetivo de facilitar o acesso a crédito e serviços entre empreendedores negros, por meio de uma comunidade virtual exclusiva onde esses empreendedores podem trocar seus bens ou serviços. Já a Troqueiro, é uma startup cearense que funciona como escambo digital para viabilizar permuta de produtos e serviços para moradores do mesmo bairro. Criada em 2021, a startup é considerada um negócio de impacto social e deve se expandir por nove bairros de Fortaleza com o apoio de líderes comunitários.
No mundo corporativo, a plataforma Permute oferece um rol de produtos e serviços para que os empresários possam trocar o que a empresa possui pelo o que ela precisa. Atualmente, essa plataforma, que é brasileira, tem mais de 700 empresas dos mais diversos segmentos dispostas a fazer permutas.
Outros exemplos são as plataformas de escambo, que também estão ligadas ao crescimento da tendência de venda de produtos de segunda mão. Uma delas é a LOOP Digital Wardrobe, que ajuda os consumidores a trocarem roupas entre si. Ao baixar o aplicativo, é só digitalizar as suas peças e começar a buscar outras que você tenha interesse em realizar uma troca. Segundo a própria plataforma, ela funciona como um Tinder dos guarda-roupas. Na mesma pegada, tem o site Rehash, que também trabalha com a troca de roupas.
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